segunda-feira, 16 de maio de 2011

Comer em NY

A convidada de hoje é uma amiga muito querida da Cozinhateca. Paula Queiroz é uma mulher moderna e apaixonada por restaurantes. Como no último feriado ela foi para Nova York como o namorado, pedimos para ela a lista de restaurantes que eles conheceram com as dicas de reservas e pratos.

Ela descreveu tudo tão bem e de uma forma tão descontraída, decidimos então reproduzir seu texto na íntegra rs. Então, se você pretende ir a Nova York ou tem pelo menos curiosidade em conhecer restaurantes de lá, vejam as dicas de Por aí de hoje!

Obrigada Paula, pelas dicas e pelo carinho!!!

Bjos

Gi e Ilana

“Eu, como todo mundo, gosto muito de NY, acho a cidade dinâmica, descolada, divertida, incessante, turística, por isso há algum tempo meu namorado e eu resolvemos passar alguns dias lá, por ser nossa primeira viagem internacional juntos estava bastante ansiosa, a quantidade e variedade de restaurantes em NY é um dos grandes atrativos da Big Apple, mas também pode ser um problema, onde ir? qual indicação confiar? Será que o concierge do hotel entenderia nossas preferências?

Pensando nisso, antes da viagem fiz uma seleção dos principais, melhores, mais recomendados e badalados restaurantes da cidade, mas que atendessem às expectativas de um jovem casal de férias, fiz uma grande lista de lugares e algumas reservas antes de sair do Brasil, o resultado foi bastante positivo, apesar de não termos conseguido reserva para clássicos como Nobu e Per Se e menos tempo do que gostaria para ir a todos os lugares, chegamos ao fim da viagem felizes com as escolhas e com milhares de idéias para as próximas visitas à NY.

The Lion

O The Lion, do badalado chefe John Delucie, é aquele restaurante que aparece em vários guias e recomendações como um ‘must go’, o ambiente é displicentemente chique, o local é freqüentado por diversos artistas e figurões nova iorquinos, e realmente vale a pena.

O bar da entrada é lotado mas com drinks bem caprichados, tomei uma marguerita ‘on the rocks’ no copo baixo (nunca havia tomado marguerita fora do tradicional copo de cocktail) muito bem feita

O salão principal tem todo um toque vintage ‘descolado’ que lembra uma biblioteca antiga, com sofás de couro capitonê, candelabros de vidro, objetos de decoração e pelas paredes com pé direito duplo, diversas telas, incluindo uma incrível do Basquiat e uma foto do Andy Warhol feita pelo David Lachapelle.

A comida também é impecável, meu namorado pediu uma picanha com legumes muito macia e muito bem feita, eu optei por um prato que está sempre na minha lista de pedidos aqui no Brasil , gnocchi trufado na manteiga.

Mesmo se tratando de um prato que sempre peço, o The Lion me surpreendeu, primeiro pela massa, feita de queijo pecorino, que estava leve como poucas vezes eu experimentei, também pela manteiga deu ainda mais sabor, por último pelas trufas, no Brasil o azeite trufado está na moda e muitos acham que substitui as trufas, mas para mim quem pede trufas quer trufas de verdade, e não apenas o aroma, por isso adorei as generosas lascas espalhadas pelo prato que comi uma a uma em um jantar maravilhoso.

Preço por pessoa do jantar, U$100,00 com prato principal e bebida alcoólica



The Lion
62, West 9th Street
Tel: 212-353-840
(aceitam reservas com 2 semanas de antecedência)






Popburguer

Conheci o Popburguer por acaso, andando pela 5a avenida perto da hora do almoço veio a vontade de comer um hamburguer, entre as várias opções anotadas no meu inseparável caderninho de sugestões de viagem, percebi que estava pertinho do Popburguer, que fica na 58th pertinho da loja da Apple e da FAO Schwarz

Logo de cara o que me chamou a atenção foi a proposta ‘multi formato’ do local, no primeiro andar um balcão e mesinhas no estilo lanchonete, para pessoas com pressa ou que queiram levar para casa a comida, no segundo andar, o sistema ‘table service’ em um lounge com mesas baixinhas redondas e meia luz, o terceiro andar fica um bar com opções de entradas.

Instalados no andar que melhor nos atendia (o lounge), pedi um hamburguer clássico, o cardápio é bastante limitado e conta apenas com uma opção de hambúrguer, que na verdade não é um hambúrguer, mas 03 mini hambúrgueres com molho cheddar acompanhado por fritas servidas em um copo tulipa, uma boa opção para matar o desejo de hambúrguer fugindo um pouco do tradicional.



Popburguer
14 East 58th Street






Beauty and Essex

Recomendação de uma amiga que vai sempre à NY, o Beauty and Essex é um restaurante bem moderninho no lower east side, daqueles que você só encontra em NY, primeiro porque fica nos fundos de uma loja de instrumentos musicais, com uma boa licença poética para a palavra ‘fundos’, pois é bem grande e tem 2 andares, depois porque é freqüentados pelos típicos ‘hypes’ nova iorquinos, o dia que eu fui lá tinha um evento do Triceba Film Festival, um festival de cinema americano que cultua o cinema independente e mais autoral.

O jantar é acompanhado por música é alta e ambiente escuro, as paredes são pitadas de preto e a iluminação baixa, ainda bem que a amplitude do salão e o pé direito alto garantem que a decoração não passe uma sensação sufocante,

Olhando o cardápio preferimos pedir diversas entradas para depois pensar no prato principal, começamos por um carpaccio do Kobe beef incrível, que pedimos duas vezes, as fatias do Kobe, como era de se esperar, estavam extremamente macias, com o corte fino do carpaccio, se desmanchava na boca, deixando o sabor ficou ainda mais delicado do que o Kobe beef normal, o prato era tão delicado que o molho proposta pelo chef era muito suave, um fio de azeite, um pouco de gergelim e finas lascas de queijo parmesão torrado por cima, misturando a textura crocante do gergelim e queijo torrado com a maciez do carpaccio.

Nossa segunda opção foi um tartare de tomate, que veio em 04 pequenas porções coberto por uma espuma de ovo, uma combinação interessante, entre o tomate e a espuma de ovo, primeiro pelas temperaturas de um e outro, o tartare estava temperatura ambiente e o ovo morno, depois pela imprevisibilidade da espuma que se misturou ao tartare de uma forma não usual para um ovo.

Fechando as entradas, um momento saudosista, ‘pan con tomate’, um prato típico da culinária espanhola, que me lembra muito a época que morava em Barcelona, que nada mais é do que um pão envelhecido aquecido no forno com alho e azeite (a dica está em esfregar o alho no miolo do pão antes de colocar o azeite, e não apenas colocar pequenos pedaços), coberto por uma espécie de fricassé de tomate com um pouco de manjericão, no caso da versão do Beauty and Essex acho que ficou bem próximo do que estava acostumada, o tomate bem maduro mas acho que faltou um pouco de alho no pão, uma boa pedida de qualquer forma
  
Como prato principal um hamburguer com fritas, afinal estamos nos Estados Unidos e esse é o prato oficial do país, das fritas nada de diferente, do Hambúrguer uma agradável mudança, a carne estava coberta por um molho de queijo de cabra delicioso, conferindo um ar de sofisticação bem interessante ao bom e valho hambúrguer.

Total da conta, U$71,00 por pessoa com vinho (sem gorjeta)



Beauty and Essex
146, Essex Street
Lower east side
(aceitam reservas)






Mañana

Sou apaixonada por comida mexicana, fui apenas ujma vez ao México, por isso não posso dizer que sou uma grande conhecedora dos hábitos alimentares locais, mas me refiro ao famoso ‘tex mex’, que mistura comida mexicana com traços norte americanos, frequentemente arrasto meu namorado a alguma opção paulistana e, quando vou aos Estados Unidos, um restaurante mexicano é parada obrigatória, havia ouvido falar muito bem do ‘La Esquina’ no Soho, mas não consegui reserva para irmos lá por, por isso fomos ao Mañana, restaurante do Grupo Serafina, uma ótima opção de mexicanos mas que não foge muito do estereótipo colorido, com música latina e até um pouco cafona.

Chegamos lá morrendo de fome por isso já pedimos nachos de carne, salgadinhos de milho (quase igual ao doritos) cobertos por queijo, carne moída, chilli, um pouquinho de guacamole e um molho levemente picante, eu adoro mas pensando isoladamente em alguns dos ingredientes como feijão, carne, pimenta, abacate e doritos, é realmente difícil pensar que fique bom.

Depois um taco de frango para cada um, que vieram com uma apresentação diferente do habitual, ao invés da tradicional tortilla, um pão de folha aberto com o recheio por cima: cubos de frango temperados com coentro fresco embebidos pelo molho sour cream, um clássico da culinária mexicana.

Para fechar o almoço um burrito de carne, uma espécie wrap, mas sem o apelo natural e leve de um warp (muito pelo contrário), um pão de folha envolvendo o recheio de feijão e carne, também regado a sour cream e com muito coentro fresco, todos os pratos com ingredientes fresquíssimos, o que me fez ficar fã do mañana e me deixar morrendo de vontade de ir no mexicano ao escrever esse post. 

Preço por pessoa, U$37,00 sem gorjeta



Mañana
27 east, 61th Street




The Standard Grill

Impossível não passar horas no Chelsea hoje em dia em NY, seja para conferir as lojas, para passear no Chelsea Market, um mercadão antigo descolado que divide espaço com o Sterling, um dos principais estúdios de gravação de gravação do mundo, para conhecer o high line, um parque suspenso, construído sob uma linha de trem recém inaugurado, ou para ir ao The Standard Hotel, um hotel boutique novinho de arquitetura contemporânea que impressiona pelo design e porque fica sob o parque high line.

Dentro do The Standar Hotel existem várias opções de lugares para conhecer, como a boom boom room (hoje uma das melhores baladas de NY), o Le Bain ou alguns restaurante como o The Standar Grill, que fomos jantar.

O The Standard Grill é um ambiente informal bem claro e iluminado com gente bacana e descolada, o que mais me impressionou foi a carta de vinho, super completa e com opções variadas, dos básicos californianos até safras diversas de Chateaux Margaux

A entrada foi o melhor do jantar, uma terrine de foie gras com chutney de algo que ainda não consegui entender ou identificar (se alguém souber a tradução de ‘rhubarb’ é super bem vindo), adorei a combinação, a terrine estava bem firme e o molho suave e leve, dando inclusive a aparência de um mel.

Como prato principal pedi falafel, uma espécie de croquete de verduras árabe, acompanhado de legumes na manteiga e vinagrete, o meu prato estava bastante saboroso como o do meu namorado, um fettucini com camarão e molho de laranja.

Preço por pessoa do jantar com vinho e cerveja U$70,00 (sem gorjeta)

The Standard Grill
848, Washington Street




Eataly

O Eataly foi um dos lugares mais divertidos que estive. Um mercado de produtos italianos que busca trazer ao local não apenas os ingredientes da culinária italiana em barracas de pães, queijos, massa fresca e até utensílios de cozinha, mas fala do prazer de comer que existe na Itália. Pelas paredes e nas camisetas dos garçons frases como (‘you are what you eat’, ‘você é o que você come’) ou coisas que reforcem a alegria das refeições e a necessidade de se comer bem.

Pelo mercado há diversos restaurantes, peixe, carne e massa, que foi o nosso escolhido, claro.

Mais uma vez uma entrada maravilhosa, um mix de queijos – gruyere, cabra e pecorino com pão italiano e um molho bechamel maravilhoso, como prato principal uma lasagna ao ragu muito boa, não deixou a desejar a nenhuma massa ou lasagna que já comi no Brasil, mas achei o ponto da massa da lasagna um pouco mais al dente que o normal e com menos queijo que o habitual, o que deixou o prato saboroso, era possível sentir o gosto do ragu e do molho perfeitamente.

Preço por pessoa com entrada, prato principal e 01 taça de vinho U$30,00 (sem gorjeta)

Eataly
200, 5th Avenue




Benihana

O Benihana é uma rede de restaurantes que existe em várias cidades dos Estados Unidos, comida japonesa na chapa envolta por uma áurea de ‘show’, são chapas comunitárias para 08 pessoas atendidas por um mesmo ‘chef’ ou ‘chapeiro’, que faz não apenas a comida, mas diversas performances durante o jantar, como malabares e desenhos. 

O jantar é bastante divertido, um pouco constrangedor estar em uma chapa de pessoas desconhecidas, mas é muito divertido, a comida é excelente, comemos legumes na chapa, arroz integral e frango com molho agridoce, tudo na chapa (óbvio)

Jantar por pessoa com vinho U$66,00

Benihana
47 West 56th Street
New York, NY 10019




Oak Room

Passeando pelo Central Park paramos no Plaza para conhecer o Plaza Food Hall, um pequeno mercado com alguns balcões e mesinhas para almoço, super charmoso e aconchegante, mas optamos por almoçar no Oak Room, que fica fora do Food Hall e ainda dentro do Plaza, pois naquele momento queríamos fugir da pressa típica do americano para fazer suas refeições, buscávamos algum lugar calmo, silencioso para simplesmente desfrutar nosso almoço.

O Oak Room pareceu ser exatamente isso, um restaurante sofisticado, de decoração clássica e menu requintado onde o tempo parece passar mais devagar.

Pedimos uma taça de vinho e uma entrada recomendada pelo garçom que nos atendeu, 03 mini tacos de atum com coentro fresco e maionese de wassabi bem delicada, que imprimiu uma pequena ardência ao atum.

Como prato principal carré de cordeiro com ratatouille e purê de berinjela, o ponto do carré estava excelente, a carne era macia e acompanhei com um pouco de mostarda dijon.

O almoço com uma taça de vinho por pessoa ficou por R$59,00 (sem gorjeta)

Oak Room
10, Central Park South

Espero que você tenha gostado

Bjos

Paula"

4 comentários:

  1. amiga o nome do restaurante de japanese steak house eh Benihana e nao Behinaha!!!! O Shintory aqui em SP tambem tem esse mesmo tipo de serviço, so nao sei o preço!!! bjsss

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  2. Oi amiga! Já arrumamos o nome rs... mas também que nominho não?! rs...
    bjos
    Ilana

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  3. Muito boa a matéria!
    Parabéns!

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    1. Muito bom....suas dicas serão guardadas a sete chaves.
      Voltei de NY esta semana e fui a alguns que vc deve conhecer.
      Budakan. STK, Nobu, Maze By Gordon, TAo, Serafina, Essex (ja mencionado) Bice, Italy

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