segunda-feira, 13 de junho de 2011

Probióticos e saúde

Inicialmente os probióticos eram definidos como suplementos alimentares à base de microrganismos vivos, que afetavam beneficamente o animal hospedeiro, promovendo o balanço de sua microbiota intestinal (Fuller, 1989). Posteriormente diversas outras definições de probióticos foram publicadas nos últimos anos (Sanders, 2003). Entretanto, a definição atualmente aceita é que eles são microrganismos vivos, administrados em quantidades adequadas, que conferem benefícios à saúde do hospedeiro (Sanders, 2003). A influência benéfica dos probióticos sobre a microbiota intestinal humana inclui fatores como efeitos antagônicos, competição e efeitos imunológicos, resultando em um aumento da resistência contra patógenos. Assim, a utilização de culturas bacterianas probióticas estimula a multiplicação de bactérias benéficas, em detrimento à proliferação de bactérias potencialmente prejudiciais, reforçando os mecanismos naturais de defesa do hospedeiro (Puupponen-Pimiä et al., 2002).

Os benefícios à saúde do hospedeiro atribuídos à ingestão de culturas probióticas que mais se destacam são: controle da microbiota intestinal; estabilização da microbiota intestinal após o uso de antibióticos; promoção da resistência gastrintestinal à colonização por patógenos; diminuição da população de patógenos através da produção de ácidos acético e lático, de bacteriocinas e de outros compostos antimicrobianos; promoção da digestão da lactose em indivíduos intolerantes à lactose; estimulação do sistema imune; alívio da constipação; aumento da absorção de minerais e produção de vitaminas. São sugeridos, também, a diminuição das concentrações plasmáticas de colesterol, efeitos anti-hipertensivos, redução da atividade ulcerativa de Helicobacter pylori, controle da colite induzida por rotavirus e por Clostridium difficile, prevenção de infecções urogenitais, além de efeitos inibitórios sobre a mutagenicidade (Tuohy et al., 2003).

Quando se fala em probiótico, o iogurte é o primeiro alimento que vem a cabeça, sendo ele uma das principais fontes das chamadas bactérias benéficas. No entanto, é preciso ficar atento à embalagem do produto antes de comprá-lo, uma vez que, nem todos os iogurtes contem esses microorganismos.

Para garantir um efeito contínuo, os probióticos devem ser ingeridos diariamente. Alterações favoráveis na composição da microbiota intestinal foram observadas com doses de 100 g de produto alimentício contendo 109 unidades formadoras de colônias (ufc) de microrganismos probióticos (107 ufc/g de produto).

Referencia Bibliográfica
FULLER, R. Probiotics in man and animals. J. Appl. Bacteriol., Oxford, v.66, p.365-378, 1989.

SANDERS, M.E.; KLAENHAMMER, T.R. Invited review: the scientific basis of Lactobacillus acidophilus NCFM functionality as a probiotic. J. Dairy Sci., Savoy, v.84, p.319-331, 2001.

PUUPPONEN-PIMIÄ, R.; AURA, A.M.; OKSMANCALDENTEY, K.M.; MYLLÄRINEN, P.; SAARELA, M.; MATTILA-SANHOLM, T.; POUTANEN, K. Development of functional ingredients for gut health. Trends Food Sci. Technol., Amsterdam, v.13, p.3-11, 2002.

TUOHY, K.M.; PROBERT, H.M.; SMEJKAL, C.W.; GIBSON, G.R. Using probiotics and prebiotics to improve gut health. Drug Discovery Today, Haywards Heath, v.8, n.15, p.692-700, 2003.

Kamila Victor

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